Em 1532, com a expedição colonizadora de Martim Afonso de Souza, as primeiras videiras Vitis vinífera foram introduzidas no território brasileiro, para a capitania de São Vicente, atual São Paulo. No Rio Grande do Sul, videiras foram introduzidas pelos jesuítas e a vitivinicultura na região gaúcha ganhou impulso com a entrada de imigrantes italianos que trouxeram consigo conhecimento técnico e a cultura e tradição de produção e consumo de vinhos.
Percebendo a multiplicação das iniciativas em vinhos no Brasil, a corte portuguesa proibiu o cultivo de uva no país, em uma tentativa de proteger a própria produção. Em 1808, com a transferência da coroa portuguesa para o Brasil, o cultivo foi liberado e novos hábitos em torno do vinho foram determinados no país. A bebida passou a ser consumida durante refeições e servidas em reuniões sociais.As condições climáticas foram um grande desafio que não favoreceu o cultivo das variedades europeias. O estabelecimento da vitivinicultura ocorreu na região somente após o início do cultivo da cultivar Isabel (V. labrusca L.), de origem americana, sendo conhecida como “uva rústica”, uma vez que apresenta um cultivo mais fácil e uma maior resistência quando comparada às européias.
A viticultura tropical brasileira foi efetivamente desenvolvida a partir da década de 1960, com o plantio de vinhedos comerciais de uva de mesa na região do Vale do São Francisco, no Nordeste semi-árido brasileiro. Nos anos 70 e 80 desenvolveram-se pólos voltadas à produção de uvas finas para o consumo in natura. Iniciativas recentes permitem que se projete um aumento significativo na atividade vitivinícola no país.
Fonte: Embrapa Semiárido – Breve Histórico da Vitivinicultura; Viticultura Como Opção de Desenvolvimento Para os Campos Gerais - Renato Vasconcelos Botelho e Erasmo José Paioli Pires