O girassol é a quarta maior fonte de óleo vegetal comestível do mundo, após a soja, a palma e a canola. É cultivado em todos os continentes, em uma área de cerca de 2if milhões de hectares (FAO, 2007). Apesar de ainda pouco expressiva, a cultura de girassol, no Brasil, vem sendo praticada nos Estados do Centro-Oeste, Sul, Sudeste e Nordeste.
O México é considerado o centro de origem e domesticação do girassol, a partir do qual se espalhou pelos Estados Unidos, Espanha e Leste Europeu, tendo chagado à Rússia por volta de 1830, onde passou a ser explorado, comercialmente, como planta produtora de óleo. A partir do sucesso do girassol como cultura oleaginosa no leste europeu, tal cultura foi sendo difundida no mundo inteiro.
No Brasil, a cultura foi trazida pelas primeiras levas de colonos europeus, no final do século XIX. Inúmeras foram as tentativas de fomentar e expandir seu cultivo, em diferentes regiões do País, a partir do início do século XX. Em 1998, por iniciativa de indústrias e cooperativas ligadas ao setor de óleos vegetais e, neste século, a partir de 2003, com o Programa Nacional do Biodiesel, o girassol voltou a constar na pauta de oleaginosas destinadas à alimentação humana e à energia veicular.
A demanda mundial por óleo de girassol vem crescendo, em média, 1,8% ao ano, enquanto a demanda interna cresce num ritmo de 13%, obrigando o Brasil a se posicionar como importador, principalmente da Argentina. Essa realidade tem exigido ações de pesquisa e de desenvolvimento voltadas ao fortalecimento e ao planejamento organizado da expansão do cultivo do girassol.
Atualmente, o girassol é, reconhecidamente, utilizado como planta medicinal, melífera, produtora de silagem e de forragem, como adubação verde, melhoradora do solo e ornamental. Mas, a maior utilização do girassol está no aproveitamento dos grãos (aquênios-sementes), os quais constituem a matéria-prima para a obtenção de uma série de subprodutos de elevada importância econômica, que podem ser utilizados diretamente no consumo humano, torrados ou crus, ou na alimentação de aves e pássaros. Os grãos são bastante ricos em óleo, entre 30 e 56%, dependendo da cultivar, do ambiente edafoclimático e das tecnologias adotados no seu cultivo. O óleo apresenta alta qualidade nutricional para o consumo humano e caracteriza-se, dentre tantas e importantes propriedades, por resistir a baixas temperaturas sem se congelar e nem se enturvar, e por ser semi-secativo, apresentando um índice de iodo que pode variar entre 110 e 143 (DUNN, 2006), dependendo das condições ambientais, durante a fase de enchimento de grãos.
A torta, subproduto da extração do óleo, pode ser utilizada na alimentação animal, como substituto do farelo de soja, e na alimentação humana, na forma de farinha e "leite" de girassol. Devido ao seu elevado teor de nitrogênio e fósforo, constitui-se em excelente fonte desses nutrientes na adubação do solo.
Por sua importância na alimentação humana e animal, e como biocombustível, o girassol vem merecendo atenção especial no que respeita aos mecanismos de fomento, objetivando a expansão de seu cultivo no território Nacional, de forma racional e controlada. Para isso, busca-se ajustar as exigências bioclimáticas e edáficas da espécie às disponibilidades das distintas regiões do Brasil, através do zoneamento agroclimático de risco.