O PET Agronomia é um dos 842 grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) do Governo Federal. O grupo é formado por estudantes de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del-Rei - Campus Sete Lagoas e tutorado por um docente do Curso.

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Sete Lagoas (MG)

Evolução das máquinas agrícolas: Semeadoras

01-02-2021 16:36

https://saraqua.com.br/saraqua/

 

O plantio sempre foi uma das partes mais importantes de uma boa safra. Esse processo teve uma evolução lenta. Uma das grandes evoluções aconteceram na segunda metade do século XVIII, com a incrementação do ancinho(O ancinho é um instrumento utilizado na agricultura e na jardinagem constituído por um longo cabo de madeira preso a uma travessa dentada, geralmente de metal. É utilizado para coletar materiais como folhas, grama solta, palha e feno e também em hortas para preparar a terra para o plantio.). Assim, o plantio e a cobertura da semente puderam ser feitos numa mesma operação. Várias empresas foram surgindo ao longo do século XIX, produzindo implementos e precárias plantadeiras que faziam um plantio não muito uniforme.

Desde antes de 1900 até o início do século XX, o método de plantio era manual ou com tração animal, o uso de máquinas era ainda rudimentar, algumas tecnologias já estavam presentes no campo, um exemplo disso foi o saraquá (este é um nome indígena que se refere a uma ferramenta de plantio usada pelos índios para abrir um pequeno buraco na terra, para logo em seguida plantar alguma semente. Constituía-se basicamente de uma haste de madeira com uma ponta para furar a terra. Ganhou um compartimento de colocar semente, mais tarde, pelo homem branco) . Em 1900 – 1920, as novas máquinas com rodagem permitiram que uma mesma força fizesse mais trabalho, e então o uso de tração animal se intensificou, em 1920 - 1950 os tratores foram de difundindo e isso deu liberdade à evolução das semeadoras, que foram se tornando maiores e mais pesadas. Esse quadro muda no início dos anos 70: o plantio era exclusivamente convencional, ou seja, necessitava de preparo de solo com arados e grades, mas nessa época, teve o surgimento do plantio direto; ele obrigou as semeadoras a serem mais pesadas e eficientes no processo de abrir o solo, distribuir as sementes e adubo, e fechá-lo. Nesse período, a empresa ijuiense Imasa, fundada em 1922, produz a primeira plantadeira preparada para o plantio direto. Na época ficou conhecida como “pé de burro”, visto a forma da aste sulcadora. Em 1978 a Embrapa importou uma semeadora dinamarquesa de cultivo mínimo, a Nordestern e em seguida a Bettison-3D da Inglaterra, depois em 1980 a semeadora TD, foi o primeiro projeto nacional de máquina para plantio direto e que na época era sinônimo de culturas de inverno. 

Os anos 2000 assim como no segmento de tratores, trouxeram mudanças impressionantes como, por exemplo, a utilização de reservatórios de polietileno, plantadeiras com agricultura de precisão e plantadeiras pneumáticas. De 2010 em diante, as plantadeiras ganharam muito peso e até crescendo expressivamente tendo máquinas de até 50 linhas. Mas para máquinas deste tamanho é necessário estradas e pontes adequadas e, como isso nem sempre é possível, foi criado o sistema de transporte hidráulico. Nas máquinas de grande porte é usado o sistema "abre-fecha" e nas de médio porte é usado o sistema de transporte transversal. Hoje em dia é dada mais importância ao plantio, então uma plantadeira-adubadeira para ser boa tem que ter uma eficiência de, no mínimo, 90%. Antigamente se uma máquina chegasse a 60%, já era considerada maravilhosa. Antigamente, uma plantadeira plantava trigo e soja apenas traçando uma linha ou fechando outra. Hoje ainda existem as plantadeiras múltiplas, mas muito mais bem preparadas e as máquinas específicas também. Com plantadeiras tão equipadas o preço subiu muito, então o pequeno agricultor tem que financiar as máquinas. 

FONTE:HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA MECANIZAÇÃO CARPANEZZI, Leonardo1 LEARDINI, Olivia1 SILVA, Cheusley Gustavo Crezi1 ZANARDI, Rogério2.

MECANIZAÇÃO AGRÍCOLA: ORIGEM, DESENVOLVIMENTO E ATUALIDADES¹ João Paulo Hildebrandt da Rosa² , Diogo Donato³ , Erik Gastão Tavares4 , Pedro Henrique Mendes de Mello5 , João Vitor Michael Buratti6 , Letícia Calgaro7