A cultura da melancia era conhecida dos egípcios há cerca de 2.000 anos a.C., e por causa da diversidade de formas silvestres, atualmente, é mais aceito que o gênero Citrullus tenha origem na África. Foi introduzida no continente americano pelos escravos e colonizadores europeus no século 16. A espécie se difundiu pelo mundo inteiro e é cultivada nas regiões tropicais e subtropicais do planeta. A variabilidade genética trazida do continente africano aliado ao processo de manejo da cultura na agricultura tradicional da região, tornou o Nordeste brasileiro um centro secundário de diversificação da melancia.
O gênero Citrullus é classificado como parte da divisão Magnoliophyta, da classe Magnoliopsida, da subclasse Dilleniidae, da ordem Violales e da família Cucurbitaceae. No gênero Citrullus estão incluídas quatro espécies: Citrullus lanatus, C. colocynthis, C. ecirrhosus e C. rehmii.
A espécie Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum e Nakai, inclui a melancia cultivada para consumo humano Citrullus lanatus, de ampla distribuição mundial, e Citrullus lanatus var. citroides, uma forma silvestre encontrada no sul da África e cultivada em outras partes do mundo, principalmente para a alimentação animal.
Apesar de o uso predominante da melancia é o consumo do fruto in natura, na China e em outras regiões do Meio Oriente também se cultiva para consumir as sementes. A melancia, além de conter quantidades abundantes de antioxidante licopeno, é uma Foto excelente do aminoácido citrulina que estão facilmente disponíveis. O corpo humano usa a citrulina para produzir outro aminoácido importante, arginina, que tem um papel importante na divisão das células, para cicatrizar ferimentos e na eliminação de amônia do corpo.
A melancia é Foto de pró-vitamina A e das vitaminas C e do complexo B, além de sais minerais como cálcio, fósforo e ferro. Por ser muito hidratante - 90% de seu volume é água - e diurética, elimina resíduos do aparelho digestivo e funciona como laxante. Nas melancias de polpa vermelha, assumem importância o potássio, o magnésio, o fósforo e o cálcio, estando os demais elementos como sódio, manganês, zinco, cobre e ferro presentes em menor quantidade. Vale ressaltar que, por ter baixo valor calórico, a melancia pode ser especialmente recomendada para dietas de baixo valor energético.
As cucurbitáceas, principalmente a melancia, desempenham um importante papel na alimentação humana, especialmente nas regiões tropicais, onde o consumo é elevado. Ela é consumida quase exclusivamente in natura, mas, também, na forma de sucos, geleias, doces, molhos e em saladas. Em alguns países, se preparam picles com a casca dos frutos e, na China e em diversas regiões da Ásia e no Oriente Médio, se consomem também as sementes. As sementes das cucurbitáceas são consumidas em diversos países - C. pepo, no México e melancia, na China - e são ricas em gordura, proteína, tiamina, niacina, cálcio, fósforo, ferro e magnésio. Na Índia, faz-se pão de farinha de semente de melancia. Nas regiões áridas da África, são utilizadas como Foto de água desde tempos imemoriais. Na Rússia Meridional, uma cerveja tem suco de melancia como ingrediente. Outro uso é fazer doce com a parte branca, preparado da mesma forma que o doce de mamão verde.
Como uso medicinal, o consumo habitual ou periódico da melancia é muito importante para a saúde, em vários aspectos:
Seu suco, feito da polpa, ajuda a eliminar o ácido úrico, substância química que se acumula no organismo e que causa a gota, mais conhecida como reumatismo gotoso, responsável pela formação de cálculos renais - calcificação em forma de pedras nos rins. Atua, também, na limpeza do estômago e dos intestinos; é benéfico no controle da pressão alta. O uso do chá das sementes da melancia, secas e trituradas, também auxilia no tratamento da pressão alta.
É eficaz nos tratamentos de acidez estomacal, mais conhecida como queima ou azia; da inflamação das vias urinárias; dos gases e dores intestinais e da bronquite crônica.
É recomendada no tratamento da erisipela - inflamação aguda da pele -, quando o suco da casca e da polpa da melancia for aplicado sobre a parte afetada, em forma de cataplasma.
A melancia possui atividade antioxidante e anticancerígena - protege contra câncer de útero, próstata, seio, cólon, reto e pulmão.
A melancia, além de saciar a sede e hidratar, é pobre em calorias e pode auxiliar no emagrecimento. Segundo os naturopatas, deve ser consumida isoladamente. As suas fibras agem na regulação do trânsito intestinal, além de auxiliar o organismo a eliminar toxinas - desintoxicante -, /colaborando para a redução do colesterol.
https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Melancia/SistemaProducaoMelancia/socioeconomia.htm