O PET Agronomia é um dos 842 grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) do Governo Federal. O grupo é formado por estudantes de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del-Rei - Campus Sete Lagoas e tutorado por um docente do Curso.

Universidade Federal de São João del-Rei
Rua Sétimo Moreira Martins, 188 - Bairro Itapoã
Sete Lagoas (MG)

Origem do melhoramento de plantas

21-06-2021 09:31

O termo teve origem a partir da influência dos trabalhos de dois famosos biólogos, Charles Darwin (1809- 1882) e Gregor Mendel (1822 - 1884), que motivaram inúmeros debates. 

Darwin elaborou, entre muitos trabalhos, a hipótese da seleção natural para explicar o processo da evolução. Já Mendel, elaborou as leis da segregação e contestou a teoria da seleção natural de Darwin. Tal debate só foi solucionado nas primeiras décadas do século vinte. 

O trabalho crucial para o desenvolvimento da Teoria de melhoramento de plantas foi publicado por Fisher em 1918. Ele introduziu o termo "variância" e usou as suas propriedades aditivas como elementos importantes da variância fenotípica.

O melhoramento de plantas contemporâneo passou a ser construído baseado na teoria da seleção. Porém, a seleção realizada pelos primeiros agricultores teve uma relação não somente com a espécie alvo, mas com todo seu ecossistema e que faz parte do início da agricultura. 

As primeiras atividades de melhoramento estavam vinculadas com ambientes multidiversos e com uma rica diversidade genética de cultivos, o que deu origem às diferentes agriculturas e sistemas pelo mundo. 

Do século XVI ao século XIX, ocorreu a primeira revolução agrícola dos tempos modernos, onde a agricultura tinha uma estreita relação com a primeira revolução industrial, na qual criou-se as bases para a mecanização, irrigação e produção de fertilizantes químicos. Ocorre nestes tempos, a mudança nos modos de produção agrícola, de um ecossistema muito enriquecido, para extensas áreas agrícolas pouco diversificadas e a formação e seleção de variedades especializadas para estes novos modos de produção. Uma das preocupações dos melhoristas de plantas dentro desse novo panorama agrícola, foi selecionar variedades com objetivo bastante acentuado de minimizar os efeitos ambientais na expressão do fenótipo para que a cultivar pudesse responder de forma bastante efetiva às finalidades propostas. 

Nos países desenvolvidos a agricultura moderna triunfou além de qualquer expectativa. Após a Segunda Guerra Mundial, centros internacionais de pesquisas agrícolas selecionaram variedades de alto rendimento de arroz, de trigo, de milho e de soja, uniformes e responsivos aos fertilizantes minerais, adaptados a colheita mecânica entre outros atributos. Nos anos 1960-1970, as difusões dessas variedades e desses métodos de cultivo permitiram aumentar significativamente as produções em diferentes regiões do mundo e foi a base para estabelecer um movimento denominado de "revolução verde". A partir de então o esforço da pesquisa orientou-se sobretudo em direção aos sistemas mais especializados e para os métodos de cultivo padronizados, introduzindo o conceito dos "pacotes tecnológicos" em conformidade com as condições encontradas nas propriedades agrícolas relativamente bem equipadas.

O melhoramento genético dito moderno, sem dúvida, tem dado uma resposta bastante efetiva para a humanidade no que se relaciona no incremento da produtividade de diferentes cultivos e contribuindo para uma maior oferta de alimentos para a humanidade e o desenvolvimento de matérias primas para uma indústria cada vez mais crescente.


Fonte: MACHADO, Altair Toledo. Construção histórica do melhoramento genético de plantas: do convencional ao participativo. Revista Brasileira de Agroecologia.