O PET Agronomia é um dos 842 grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) do Governo Federal. O grupo é formado por estudantes de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del-Rei - Campus Sete Lagoas e tutorado por um docente do Curso.

Universidade Federal de São João del-Rei
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Sete Lagoas (MG)

História da apicultura

25-10-2021 12:34


Pesquisas revelaram que as abelhas sociais já faziam e estocavam mel há quase 20 milhões de anos. Desenhos primitivos em cavernas relevam a importância das abelhas e de suas produções desde a pré-história. A apicultura é a criação de abelhas para produção de mel e cera e também é a parte da zootecnia especial dedicada ao estudo e à criação de abelhas para os seguintes fins: produção de mel, própolis, geleia real, pólen e veneno. Além disso, as abelhas são ótimas polinizadoras.

A palavra colmeia vem dos gregos, que colocavam seus enxames em recipientes com formatos de sinos e feita de palhada trançada, recipiente esse que é chamado de colmo.

Mas apesar dessa origem de palavras, acredita-se que o começo da apicultura tenha se dado com os egípcios, há cerca de 4.400 anos atrás. Naquela época, abelhas eram colocadas em potes de barro e deixadas perto da residência do produtor. Mas percebeu-se que dessa forma o enxame poderia ser prejudicado e até morto, assemelhando-se à forma primitiva da retirada do mel. 

O homem no passado apenas extraia o mel das colmeias das abelhas, e tendo que procurar e localizar enxames, que ficavam muitas vezes em locais de difícil acesso, apresentando um grande risco para as pessoas que tinham que ir recolhê-lo. Ainda não sabiam como separar os outros produtos da colmeia do mel, assim ingerindo uma mistura de algumas abelhas, mel, pólen, crias e cera. Era bem comum os enxames morrerem ou fugirem, o que obrigava os homens a procurar e extrair o alimento de outros ninhos.

Como muitas lendas e histórias surgiram através desse inseto, as abelhas tinham um papel sagrado em muitas civilizações antigas. Logo, passaram a assumir papel de grande importância econômica e era considerada como um símbolo de poder.

Devido a sua grande importância na época, muitos produtores já não suportavam ter que matar suas abelhas para coletar o mel e vários estudos começaram a ir para esse sentido. O uso de recipientes horizontais e com comprimento maior que o braço do produtor foi uma das primeiras tentativas. Nessas colmeias, para colheita do mel, o apicultor jogava fumaça na entrada da caixa, fazendo com que todas as abelhas fossem para o fundo, inclusive a rainha, e depois retirava somente os favos da frente, deixando uma reserva para as abelhas.

Alguns anos depois, com o aperfeiçoamento da técnica, surgiu a ideia de se trabalhar com recipientes sobrepostos, em que o apicultor teria que remover a parte superior, deixando uma reserva para as abelhas na caixa inferior. Mas apesar de terem resolvido a questão da colheita do mel, o apicultor ainda não tinha acesso ao enxame sem destruí-lo, no mínimo, parcialmente. Esse fato impossibilitava um manejo mais racional dos enxames. Para resolver essa questão, os produtores começaram a colocar barras horizontais no topo dos recipientes, separadas por uma distância igual à distância dos favos construídos. Assim, as abelhas construíam os favos nessas barras, facilitando a inspeção, entretanto, as laterais dos favos ainda ficavam presas às paredes da colmeia.

Em 1851, o Reverendo Lorenzo Lorraine Langstroth verificou que as abelhas depositavam própolis em qualquer espaço inferior a 4,7 mm e construíam favos em espaços superiores a 9,5 mm. A medida entre esses dois espaços Lorenzo Langstroth chamou de "espaço abelha", que é o menor espaço livre existente no interior da colmeia por onde podem passar duas abelhas ao mesmo tempo. Consiste em permitir que a abelha trabalhe dos dois lados do favo. Tal caixa ainda é utilizada nos dias de hoje.

Esse feito, que apesar de ser uma descoberta simples, foi uma das principais causas do desenvolvimento da apicultura de forma racional. Inspirado no modelo de colmeia usado por Francis Huber, que prendia cada favo em quadros presos pelas laterais e os movimentava como as páginas de um livro, Langstroth resolveu estender as barras superiores já usadas e fechar o quadro nas laterais e abaixo, mantendo sempre o espaço abelha entre cada peça da caixa, criando, assim, os quadros móveis que poderiam ser retirados das colmeias pelo topo e movidos lateralmente dentro da caixa. A colmeia de quadros móveis permitiu a criação racional de abelhas, favorecendo o avanço tecnológico da atividade como conhecemos hoje.

Na economia mundial de produção e exportação de mel, a China encabeça a produção de mel natural no mundo, o produto chinês é um dos mais baratos no mercado mundial, o baixo custo de produção o faz um dos mais competitivos, se não o mais competitivo, no mercado global de mel. Em 2019, a China foi responsável por 24% de todo o mel produzido mundialmente, porém, em 2020 a produção de mel na China foi prejudicada em decorrência do surto de coronavírus. A China é também o maior exportador mundial de mel, entretanto, tem perdido mercado. Em 2020, as exportações chinesas de mel para a União Europeia tiveram queda de 18,5%, reflexo de maiores exigências por qualidade.

O Brasil, apesar do vasto potencial para a produção apícola e de ser reconhecidamente um dos países exportadores de mel de alta qualidade, ocupou em 2019 a décima primeira posição na produção mundial de mel e respondeu por apenas 4,8% do volume das exportações globais do produto.

Fonte: https://mel.com.br/historia-da-apicultura-no-mundo/

https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/801/1/2021_CDS_157.pdf