O PET Agronomia é um dos 842 grupos do Programa de Educação Tutorial (PET) do Governo Federal. O grupo é formado por estudantes de Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del-Rei - Campus Sete Lagoas e tutorado por um docente do Curso.

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Sete Lagoas (MG)

História da Uva-passa

06-12-2021 09:31

     A uva-passa, também conhecida apenas como passa, é uma uva seca que foi desidratada e que possui um sabor doce, devido ao seu alto conteúdo em fructose e glucose. Estas uvas podem ser consumidas cruas ou em diversos pratos e podem variar de coloração, de acordo com o seu tipo. As mais comuns são as amarelas, marrons e as roxas.     

     As uvas passam pelo processo de secagem para ser conservadas frescas. É o método mais antigo na conservação de alimentos, e o objetivo consiste em remover a água por evaporação, reduzindo a umidade, inibindo ou diminuindo a carga microbiana e a atividade enzimática, que poderia causar danos nos alimentos. Pode ser usado dois métodos de secagem, o natural e artificial.  A secagem natural, ou também conhecida como solar, é a mais simples, no qual a uva é exposta diretamente ao sol em terreiros, ou secas diretamente nas parreiras, com a fruta ainda na planta. A secagem artificial proporciona uma secagem mais rápida e uniforme e em maiores condições de higiene. 

     São usadas desde os tempos pré-históricos na região do Mediterrâneo, sendo utilizadas como alimento e como material de decorações de murais. Está entre as principais frutas desidratadas. No Brasil o consumo deste produto está em alta, no entanto o país não é um tradicional produtor de uvas-passas, sendo abastecido por produto importado, principalmente da Argentina, Chile, Turquia e Irã. 

     Uva-passa sem semente é a preferida do consumidor brasileiro, mas a indústria encontra dificuldade de obter produtos padronizados e com boas qualidades organolépticas. O cultivo de uvas no país encontra-se bastante consolidado e amplamente distribuído, sendo as regiões Sul e Nordeste, as principais produtoras. A produção brasileira de uva tem sido crescente, mas apenas cerca de 2% é utilizada para a produção de uva-passa. Desta forma, praticamente toda uva passada consumida no Brasil é importada. Mundialmente, cerca de 95% da produção de uva-passa é obtida utilizando a cultivar Thompson Seedless. Mas muitos trabalhos, vem sendo desenvolvidos com o objetivo de avaliar a qualidade de outros genótipos de uvas afim de inseri-los na elaboração de passas. 

      É considerada umas das frutas desidratadas mais importantes no mundo devido ao seu valor nutricional. A inclusão de uvas-passas na dieta fornece nutrientes essenciais, como fibras solúveis e insolúveis em níveis que contribuem significativamente para a melhoria da saúde cardiovascular, além de possuir nutrientes valiosos, compostos bioativos ou fitoquímicos de proteção. Fornece também minerais essenciais como: potássio, ferro e está entre as mais ricas fontes de boro, um oligoelemento essencial que pode ter um importante papel na saúde óssea. 

Curiosidade da utilização da uva-passa no Natal. 

Na Roma Antiga, antes do cristianismo, entre os dias 21 a 25 de Dezembro, os romanos festejavam o Natalis Solis Invicti, uma celebração que marcava o início do inverno no hemisfério norte. Então os europeus passavam a guardar sementes e secar frutas por causa do período de baixas temperaturas. Afim de festejar o novo ciclo, acendiam grandes fogueiras, dançavam com o objetivo de comemorar a vida e atrair boas energias, então a uva trazia a ideia de ausência de fome, pobreza e ainda protegeria contra os excessos da bebida (vinho). Dessa forma a uva carrega uma simbologia associada a festividades, alegria, prosperidade, fartura e longevidade. Logo após o estabelecimento do cristianismo no Império Romano, os festivais pagãos foram absorvidos e substituídos por celebrações cristãs. Sendo assim, o período passou a ser de celebração do Natal, mas manteve alguns hábitos, inclusive a utilização de uva-passa nos alimentos.

https://www.ufrgs.br/laranjanacolher/2020/12/15/origem-da-uva-passa-nas-receitas-natalinas-e-suas-propriedades-nutricionais/

https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/148506/1/Artigo-II.pdf