Tropaeolum majus, popular capuchinha ou flor-de-chagas é uma espécie proveniente do continente americano, das regiões da cordilheira dos Andes, ocorrendo entre a Bolívia e a Colômbia. Levada pelos exploradores espanhóis à Europa, no século XVII, rapidamente caiu no gosto popular, sendo comercializada e cultivada em quase todo o mundo1, tanto pela sua beleza como pelas suas propriedades medicinais e alimentícias.
A capuchinha é uma erva perene, com caules suculentos, prostrados e de ápice ascendente, muito ramificado, que atinge cerca de 50 cm de altura. Suas folhas são alternada, pecioladas, de formato orbicular, peltadas, discolores, com face adaxial verde e pouco pubescente e face abaxial verde-esbranquiçada, totalmente pubescente. As flores são solitárias, axilares, a pediceladas, vistosas. Possui 5 sépalas comumente amarelas, sendo que três delas se unem, formando o calcar (ou espora); a corola possui 5 pétalas, geralmente laranjas, mas podendo ainda ser vermelhas, amarelas ou brancas, com estrias escuras na face interna das duas pétalas superiores e franjadas na porção mediana das três pétalas inferiores.
Cultivada em jardins e hortas, é muito utilizada na composição de maciços, bordas, jardins de rochas e canteiros, sendo também utilizada como forragem e, usualmente, em suportes, tornando-se pendente. Por ser muito apreciada por insetos, principalmente lagartas, pode ser usada como controle de pragas, evitando a predação de outras espécies cultivadas em conjunto. É também muito comum em áreas perturbadas, sendo considerada uma espécie ruderal bastante agressiva, por conta de seu crescimento rápido e sua fácil propagação. Na medicina tradicional, a capuchinha possui indicações pertinentes com propriedades farmacológicas demonstradas em estudos científicos, dentre elas: atividades expectorantes, antiespasmódica, antisséptica, anti-hipertensiva, anti-inflamatória, diurética, sedativa, antibacteriana e antifúngica.
A capuchinha é uma PANC, com exceção das raízes, seus caules, folhas, flores e até sementes são comestíveis. Seus caules e pecíolos podem ser consumidos cozidos, refogados ou na preparação de bolinhos. Suas folhas e flores possuem sabor fresco e picante, parecido com rúcula ou agrião, sendo consumidas, comumente, em saladas, mas podem ser utilizadas em patês, massas verdes, pizzas, pães e risotos. As flores são extremamente valorizadas uma vez que, além do sabor, são também utilizadas na ornamentação dos pratos. Seus frutos e sementes podem ser preparados em conserva, consumidos como alcaparras, e as sementes, se torradas e moídas, substituem a pimenta-do-reino.
Curiosamente, tanto os nomes mais populares desta espécie, assim como seu nome científico, se originam da pareidolia, o fenômeno de reconhecer algo familiar em estruturas completamente aleatórias. Seu nome popular mais conhecido, capuchinha, é uma alusão à flor vista por trás, onde o conjunto das sépalas e o calcar (ou espora) formam uma estrutura muito semelhante a um capuz (capucho), daí o nome. Já flor-de-chagas é um nome envolto em religiosidade, uma vez que faz comparação das cinco pétalas com as cinco chagas de Cristo, já que também existem plantas desta espécie com as flores vermelhas.



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